sexta-feira, 15 de maio de 2009

NÃO FUI EU QUE O DISSE...

Não tenho em grande apreço as crónicas que o sr. Manuel António Pina escreve na última página do JN mas a publicada na edição de ontem chamou-me a atenção, vá-se lá saber porquê...

Juntos no essencial

2009-05-13

O acaso pode ter inquietante objectividade. No mesmo dia em que cheguei, pela TVnet, à notícia de que um juiz saudita, Hamad Al-Razine, defende o direito de os maridos muçulmanos esbofetearem as mulheres, descobri no "El País" (seguindo um "post" de João Tunes em agualisa6.blogs.sapo.pt) algumas das consignas que a católica Secção Feminina da Falange, organização típica do fascismo beato espanhol, dava às mulheres: "Se o teu marido sugere que tenham relações sexuais, acede humildemente, tendo sempre em conta que a sua satisfação é mais importante que a tua", ou: "Se o teu marido te pede práticas sexuais incomuns, sê obediente e não te queixes".
Os pais da Igreja sempre atiraram sobre Eva a culpa da ruptura da incorruptibilidade original, partindo daí para a fundamentação da submissão da mulher, mera "costela" do homem ("Sobre ti subsiste a sentença de Deus", diz Tertuliano). Se há coisa em que os fundamentalismos católico e islâmico são duas faces de uma mesma moeda é a misoginia. Talvez, quem sabe?, possa começar por aí a "Aliança de Civilizações" que o Papa anda a pregar no Médio Oriente.



E ainda há pessoal que se espanta de na área dita "Nacional" existirem tantos saudosistas das ideologias do passado...